15 de ago. de 2013

Indignação Eu também quero saber, quem matou Ricardo? Participe da campanha, envie moções!


A CSP-Conlutas está solicitando o envio de moções referentes ao assassinato de Ricardo, funcionário terceirizado da Unifesp de Santos.

O caso ocorreu no dia 31/07 em frente a Unidade Central da Universidade, quando Ricardo foi agredido por policiais. Alguns estudantes agiram em defesa do trabalhador e tentaram buscar informações nas delegacias onde ele teria sido levado pelos policiais, mas sem sucesso.

Dias depois, eles encontraram o trabalhador na universidade e foram informados de ameaças que ele estaria sofrendo bem como o “recado” para que os estudantes parem de mexer com o caso porque todos poderiam “sofrer consequências”. Infelizmente no dia 02 de agosto o trabalhador foi encontrado morto, com oito tiros. Veja abaixo nota pública do DCE da Unifesp, com mais detalhes sobre o caso.

É urgente o envio de moções e manifestações em repúdio a mais esse absurdo caso de violência policial, e em solidariedade às vítimas.

Endereços para o envio de moções:

UNIFESP:
Reitora: Soraya Soubhi Smaili: reitoria@unifesp.br
Chefe de Gabinete: Maria Jose da Silva Fernandes: fernandes.nexp@epm.br


Direção do Campus Baixada Santista:
Diretora: Profa. Dra. Regina Célia Spadari: diracad.bs@unifesp.br


Ministério Público de Santos
Procurador Geral: Márcio Fernando Elias Rosa: pgj-sp@mp.sp.gov.br


OAB-Santos
Presidente: Rodrigo de Farias Julião: santos@oabsp.org.br


Governo do Estado de São Paulo
Secretário Particular do Governador: Ricardo Salles: ricardosalles@sp.gov.br
Secretário de Segurança Pública: Fernando Grella Vieira: seguranca@sp.gov.br


Secretário de Segurança de Santos
SÉRGIO DEL BEL JÚNIOR: seseg@santos.sp.gov.br


Com cópia para:
Secretaria Nacional da CSP-Conlutas: secretaria@cspconlutas.org.br
Mauro Puerro membro da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas: mapuerro@gmail.com


Nota do DCE da Unifesp – “Também queremos saber: quem matou Ricardo?”

O Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal de São Paulo vem a público relatar e se posicionar diante dos fatos ocorridos desde quarta-feira na Vila Mathias, em Santos-SP.

Na quarta feira, 31/07, Ricardo Ferreira Gama – funcionário terceirizado da Unifesp Baixada Santista – após responder a uma ofensa feita a ele, foi agredido pela polícia em frente da Unidade Central, na Rua Silva Jardim. Alguns estudantes agiram verbalmente em defesa de Ricardo e foram ao 1º DP, aonde os policias afirmaram que levariam o funcionário.

Chegando lá, os estudantes foram informados que Ricardo fora levado ao 4º DP. E no 4º DP, que eles estariam na Santa Casa. Ou seja, eles estavam sendo despistados. De volta da Santa Casa, onde realmente estavam os policias e o funcionário, foram avisados pelos próprios policiais que cometeram a agressão que o rapaz tinha sido liberado e que estava tudo resolvido. Ele não teria feito Boletim de Ocorrência, pois “admitiu” que não fora agredido.

Um dos estudantes quis, ele próprio, abrir um Boletim de Ocorrência e, a partir disso, começou a ser intimidado pelos policiais. Assustados, os estudantes foram embora sem abrir o B.O.

Chegando na Unifesp, os estudantes foram procurados pelo Ricardo que disse ter sido procurado em sua casa pelos policiais dizendo que se estudantes não parassem de ir à delegacia, eles “resolveriam de outro jeito”.

Na quinta-feira (01/08) à noite viaturas com homens não fardados de cabeça pra fora rondavam a Unifesp. Pessoas também chegaram a ir pessoalmente na Unifesp pedir a funcionários vídeos que estudantes teriam feito da agressão, e disseram que se ele não entregassem, “seria pior”.

Pois, mesmo com o passo atrás em relação ao Boletim de Ocorrência e sem nenhum vídeo publicado, na madrugada de quinta para sexta-feira (02/08) quatro homens encapuzados mataram o Ricardo na frente de sua casa com oito tiros.

Na segunda-feira, 05/08, houve uma roda de conversa no campus sobre o caso puxada pela Congregação. A direção teve momentos vergonhosos, dizendo, por exemplo, que “o caso aconteceu da porta pra fora”, ou ainda, sob risos, que “os terceirizados são tratados da mesma forma que os demais servidores”.

Isso acontece num contexto em que o país ainda se pergunta “Onde está o Amarildo?” e em que a Baixada Santista enfrenta grupos de extermínio matam a juventude com um único critério: a vítima é pobre, preta e periférica.

Sabemos que a polícia não garante a segurança da maioria da população pelo contrário, sendo um dos braços do Estado ela institucionaliza o controle social e exerce a repressão contra os trabalhadores, principalmente os negros e pobres. As políticas de segurança pública criminalizam qualquer ato resistente às imposições que seguem a lógica do mercado, suas elites e do governo. Não é essa segurança que queremos, que nos oprime, reprime e nos explora! Defendemos a desmilitarização da polícia e uma segurança publica a serviço dos trabalhadores e não das propriedades privadas!

O Diretório Central dos Estudantes não se calará e se manterá em luta, junto da comunidade acadêmica e da classe trabalhadora contra a truculência e a violência policial contra a população pobre e trabalhadora.

Não nos calaremos até que seja respondida a pergunta: QUEM MATOU O RICARDO? E até que o Estado seja responsabilizado pelos seus crimes.

06 de agosto de 2013
Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal de São Paulo