Centrais convocam os trabalhadores a paralisarem suas atividades no dia 30 de agosto e incluem nova bandeira entre as reivindicações conjuntas
Após a forte
mobilização dos trabalhadores no dia 11 de julho, as centrais sindicais
brasileiras convocam nova data de paralisação nacional. A CSP-Conlutas, CUT, Força Sindical, UGT,
CGTB, NCST, CGTB, CTB e CSB, em reunião no dia 12 de julho, deliberaram que no
dia 30 de agosto os trabalhadores voltam a cruzar os braços e a paralisar suas
atividades.
De acordo com Zé Maria, da Executiva Nacional da Central CSP
Conlutas e também Presidente Nacional do PSTU, “na reunião do dia 12, encaminhamos duas decisões importantes. A
primeira foi a definição do próximo passo da Jornada de Lutas iniciada em
grande estilo no dia 11 de julho. Está convocado novo Dia Nacional de
Paralisações para o dia 30 de agosto. Não é a greve geral que queríamos, e que
seguimos defendendo como necessária. Mas é um passo nesse sentido. A segunda
decisão importante é a incorporação de mais um ponto na pauta de reivindicações
unitária. Foi acrescentada a exigência de aprovação do PL que está parado no
Congresso nacional e que prevê salário igual para trabalho igual. O objetivo é
combater a discriminação da mulher no trabalho”.
Segundo o dirigente sindical, a convocação do novo dia de
paralisação nacional tem o objetivo de aumentar a pressão sobre patrões e o
governo Dilma pelo atendimento da pauta de reivindicação unitária. Para Zé
Maria, o modelo econômico vigente aplicado pelo governo federal é um dos
principais entraves para o atendimento das reivindicações dos
trabalhadores.
“Os protestos vão exigir que o
governo pare de destinar os recursos e a riqueza do país para os empresários e
para os bancos. É preciso mudar a política econômica e destinar os recursos
para melhorar a vida dos trabalhadores, atendendo suas reivindicações. Somos
nós que produzimos a riqueza deste país, e esta riqueza tem que estar a serviço
dos trabalhadores", argumenta
Zé Maria.
A
pauta de reivindicação envolve também redução da
tarifa e melhoria do transporte público; mais investimentos em saúde e educação
pública; fim do fator previdenciário e aumento das aposentadorias; redução da
jornada de trabalho; fim dos leilões do petróleo; contra a PL 4330 da terceirização
e por reforma agrária. Com o aumento da inflação nos últimos meses, refletido
especialmente nos preços dos alimentos e com diversas categorias entrando em
campanha salarial, o dia 30 ainda deve ser um dia de lutas por aumento geral de
salários.
No ABC
Em nossa região, prof.
Ivanci do Santos, da CSP-Conlutas, acredita que com o retorno das atividades
nas escolas os professores e estudantes vão participar das ações do dia 30 de
agosto com ainda mais força do que em junho: “Vamos às ruas contra a precarização da carreira do professor, exigindo
mais verbas para a educação e os serviços públicos em nosso país, e menos
dinheiro para os bancos, para o Papa e os grandes eventos como Copa do Mundo e
Olimpíadas.” Disse o professor, que ainda acrescentou que espera que “os metalúrgicos do ABC novamente participem
das ações do dia de lutas, mas que dessa vez façam um ato contra o governo e os
patrões, refletindo os anseios dos trabalhadores”.