11 de ago. de 2015

Mais demissões na Mercedes em SBC: trabalhadores irão à luta!


A Mercedes Bens de São Bernardo do Campo informou nesta sexta-feira que irá demitir 2 mil trabalhadores no dia 1º de setembro. A empresa afastou os 7 mil trabalhadores da produção por 15 dias com o objetivo de dificultar a organização da mobilização.

A empresa demitiu arbitrariamente cerca de 500 trabalhadores em maio e cerca de 200 em janeiro. Sem contar as demissões via PDV (Plano de Demissões Voluntárias).

Porém os trabalhadores do ABC estão resistindo desde o início do ano. A intenção dos trabalhadores é fazer greve, o que já foi anunciado pelo sindicato, a partir da oficialização das demissões. Seguindo o exemplo dos trabalhadores de São José dos Campos que neste momento estão em greve pela reintegração de todos os demitidos.

“PPE” é rechaçado pelos trabalhadores

Em julho, quando os trabalhadores demitidos ainda acampavam em frente a empresa em protesto contra as demissões, a MBB, junto com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (SMABC) defenderam uma proposta baseada no PPE, que seria aprovado dias depois, que era a redução do salário dos trabalhadores em 10%. Porém além disso a empresa queria que os trabalhadores abrissem mão do reajuste salarial já determinado para o ano que vem e mais cortes na PLR. Além de não reverter nenhuma das 500 demissões.
Os trabalhadores não são tolos e viram que esta proposta não era para proteger os empregos, mas sim os lucros da MBB e rechaçaram amplamente. Cerca de 75% dos trabalhadores votaram contra o PPE de Dilma, que mais poderia se chamar “Programa de Proteção as Empresas”, como também fizeram mais recentemente os trabalhadores da Volks de Taubaté.
Vergonha maior é a CUT defender essa proposta junto com os patrões que mais encheram os bolsos com os benefícios do governo. A CUT também segue defendendo o governo Dilma que protege as empresas e ataca os trabalhadores com cortes no PIS, seguro desemprego e cortes nos salários, passando a fatura da crise para os trabalhadores.

Unir as lutas rumo a greve geral

A saída agora, além da greve já anunciada pelo Sindicato, a qual apoiamos incondicionalmente, é a unificação dessas lutas. Em todo o país os trabalhadores vêm sendo castigados pelo mesmo mal. Para cada emprego em uma montadora outros 100 empregos são cortados. Por isso é necessária uma greve nacional das montadoras.  Porém a CUT não avança para a construção da greve geral, ao invés disso, nesta segunda-feira o SMABC se reuniria com o governo do Estado de São Paulo, do PSDB, para conseguir ainda mais benefícios para a Mercedes. Basta da CUT negociar com Dilma e Alckmin mais sacrifícios para os trabalhadores.


É necessário ir à luta em cada empresa, mas sem uma unificação das mesmas é impossível derrotar o plano das multinacionais e do governo.  Uma greve nacional das montadoras é uma necessidade imediata rumo à greve geral para derrotar de vez o ajuste fiscal de Dilma e do Congresso Nacional.