A Mercedes Bens de São Bernardo do Campo informou nesta
sexta-feira que irá demitir 2 mil trabalhadores no dia 1º de setembro. A
empresa afastou os 7 mil trabalhadores da produção por 15 dias com o objetivo
de dificultar a organização da mobilização.
A empresa demitiu arbitrariamente cerca de 500 trabalhadores
em maio e cerca de 200 em janeiro. Sem contar as demissões via PDV (Plano de
Demissões Voluntárias).
Porém os trabalhadores do ABC estão resistindo desde o início
do ano. A intenção dos trabalhadores é fazer greve, o que já foi anunciado pelo
sindicato, a partir da oficialização das demissões. Seguindo o exemplo dos
trabalhadores de São José dos Campos que neste momento estão em greve pela
reintegração de todos os demitidos.
“PPE”
é rechaçado pelos trabalhadores
Em julho, quando os trabalhadores demitidos ainda acampavam
em frente a empresa em protesto contra as demissões, a MBB, junto com o
Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (SMABC) defenderam uma proposta baseada no
PPE, que seria aprovado dias depois, que era a redução do salário dos trabalhadores
em 10%. Porém além disso a empresa queria que os trabalhadores abrissem mão do
reajuste salarial já determinado para o ano que vem e mais cortes na PLR. Além
de não reverter nenhuma das 500 demissões.
Os trabalhadores não são tolos e viram que esta proposta não
era para proteger os empregos, mas sim os lucros da MBB e rechaçaram amplamente.
Cerca de 75% dos trabalhadores votaram contra o PPE de Dilma, que mais poderia
se chamar “Programa de Proteção as Empresas”, como também fizeram mais
recentemente os trabalhadores da Volks de Taubaté.
Vergonha maior é a CUT defender essa proposta junto com os
patrões que mais encheram os bolsos com os benefícios do governo. A CUT também
segue defendendo o governo Dilma que protege as empresas e ataca os
trabalhadores com cortes no PIS, seguro desemprego e cortes nos salários,
passando a fatura da crise para os trabalhadores.
Unir as lutas rumo a greve geral
A saída agora, além da greve já anunciada pelo Sindicato, a
qual apoiamos incondicionalmente, é a unificação dessas lutas. Em todo o país os
trabalhadores vêm sendo castigados pelo mesmo mal. Para cada emprego em uma
montadora outros 100 empregos são cortados. Por isso é necessária uma greve
nacional das montadoras. Porém a CUT não
avança para a construção da greve geral, ao invés disso, nesta segunda-feira o
SMABC se reuniria com o governo do Estado de São Paulo, do PSDB, para conseguir
ainda mais benefícios para a Mercedes. Basta da CUT negociar com Dilma e Alckmin
mais sacrifícios para os trabalhadores.
É necessário ir à luta em cada empresa, mas sem uma
unificação das mesmas é impossível derrotar o plano das multinacionais e do
governo. Uma greve nacional das
montadoras é uma necessidade imediata rumo à greve geral para derrotar de vez o
ajuste fiscal de Dilma e do Congresso Nacional.