Esta data não é à toa. Em 25 de novembro de 1960, as irmãs Mírabal foram assassinadas por se oporem abertamente à ditadura de Trujillo e se tornaram referencia pela luta contra o estado de exceção na Republica Dominicana. Por isso, essa data carrega um forte significado de luta.
Apesar de todo o discurso
promovido pela mídia e pelos governantes e órgãos do governo sobre o avanço no
combate a violência, a verdade é que os números da violência contra as mulheres
ainda são muitos altos e tem aumentado nos últimos anos por todo mundo.
Especialmente na America Latina, a estatística divulgada pela ONU no ano
passado dá conta de pelo menos 1,8 mil assassinatos na América Latina (sem
incluir Brasil – que tem uma cifra espantosa de 5 mil assassinatos por ano - e
México – com 3,9 mil assassinatos entre 2012 e 2013). E todos esses casos
registrados partem de uma certeza: não representam a realidade das mulheres por
completo, pois muitas não têm coragem de denunciar, já que o principal agressor
na maioria dos casos são parceiros e familiares próximos. Outro dado da ONU é
que 70% da população feminina mundial já sofreu ou sofrerá algum tipo de violência.
Ou seja, não é possível negar que existe uma ideologia de opressão as mulheres
que vai desde a diferença salarial para o mesmo cargo até a violência física,
emocional e psicológica.
Não somos objeto!
Isso só demonstra como as
mulheres são vistas na sociedade: como objetos e propriedades as quais é
possível se dispor a qualquer momento, as quais é possível determinar seus
destinos sem se preocupar muito com suas necessidades, ou seja, ainda existe
sim a imagem de ser inferior e marginalizado.
O imperialismo através da
ONU e com o apoio dos governos nacionais diz ser possível vencer esta luta a
partir do discurso do empoderamento. Mas a verdade é que isso é muito pouco,
quase nada, já que, por exemplo, no Brasil, mesmo tendo uma presidente mulher, o
índice de violência só vem aumentando nos últimos anos e o orçamento destinado
ao combate a violência não superou R$0,26 por mulher até 2014. Ou o discurso da
multimulher que diz ser possível estar no mercado de trabalho e ainda cuidar
dos filhos e da casa.
Por tudo isso é
preciso exigir mais dos governos e lutar para que esse tema seja de fato levado
a serio. Não podemos mais aceitar que a morte e a violência ou a
mercantilização de nossa vida sejam levadas como algo natural. É preciso travar
uma luta contra o machismo e os padrões culturais e educacionais que
naturalizam a violência contra as mulheres. É preciso organizar as mulheres em
seus locais de trabalho e estudo e lutar por mais creches publicas, por melhores
condições de trabalho, por melhores salários e equiparação salarial.
Precisamos lutar para que
as trabalhadoras e trabalhadores estejam juntos contra o machismo, rumo a uma
sociedade mais justa e socialista em que verdadeiramente mulheres e homens
possam ser livres e felizes.
Organizar as mulheres de nossa classe
é parte dessa tarefa e estamos dispostas a fazê-lo.
Junte-se a nós! Venha para o PSTU!