5 de set. de 2014

Lígia Gomes desafia candidatos a exporem suas propostas com relação ao desemprego na região!

Contra o fechamento de postos de trabalho e diminuição da renda média:

PSTU defende a redução da jornada sem redução de salário, estabilidade no emprego e plano de obras públicas para garantir o direito ao trabalho.

Já vínhamos denunciando desde maio as ameaças aos empregos na região por meio de Lay-offs e Plano de Demissão Voluntária, como na Mercedes e Volks, mas os recentes dados sobre a eliminação de postos de trabalho também no setor de serviços (31 mil vagas em julho) e a redução da média salarial mostram que o problema nos atinge de forma ainda mais séria.

A média salaria também caiu 8,2% para os assalariados, pois os empregos na indústria possuem média superior e sabemos que isso significa que a vida para os trabalhadores da região piora, pois os preços não caíram, pelo contrário, só aumentam.

Dessa forma o desemprego na região chega a 10,6%.  Acredito que essa situação não pode ser ignorada nas eleições ou debatida pelos candidatos como se fossem números numa capa de jornal. Não é porque estamos num período eleitoral que o mundo para, milhares de trabalhadores estão perdendo o emprego, e isso é muito grave, sei disso porque sou trabalhadora e sem meu salário não consigo garantir o sustento da minha família, além do mais, quem perde o emprego agora não tem muita perspectiva de arrumar outro, levando em conta que a indústria está demitindo e não contratando.

Desafio os demais candidatos a Deputados Estaduais da região a dizerem para os trabalhadores via imprensa quais são suas propostas para o aumento do desemprego, em especial para a situação da indústria que é o motor de nossa região e vai mal. Desafio principalmente os candidatos que fazem as campanhas maiores e mais caras, como Luiz Fernando (PT), Orlado Morando (PSDB) e Barba (PT), que inclusive é diretor do Sindicato dos Metalúrgicos. Espero que não tenham problema em aceitar esse desafio e clarificar diante dos trabalhadores as propostas para esse problema que se coloca como prioridade no ABC.


Minhas propostas para a questão do desemprego na indústria do ABC

Defendo então a redução da jornada de trabalho para 36 horas semanais sem nenhuma redução no salário. A jornada de 40h já é praticada por muitos trabalhadores, e mesmo assim o desemprego só aumenta, o que é uma mostra de que podemos produzir o necessário com 36 horas semanais de cada trabalhador.

Defendo também estabilidade para todos os trabalhadores. As demissões nesse último ano mostraram como é fácil demitir no Brasil e os trabalhadores não têm nenhuma segurança, enquanto as empresas têm toda a ajuda que solicitam.

Ainda, defendo um plano de obras públicas empreendidas pelo Estado, sem terceirização ou contratação de empreiteiras. Dessa forma nós trabalhadores teremos direito ao trabalho e poderemos construir moradias, hospitais, escolas, creches, restaurantes populares, saneamento básico e melhorar as ruas de nossas cidades, ou seja, soluções para melhorar nossa vida cotidiana, que é tão dura.

Essas propostas não são novas, e são até defendidas com muita demagogia por vários candidatos, mas na hora que o problema é concreto e afeta a vida de milhares de trabalhadores, como agora, acabam por abandoná-las porque afirmam que “no Congresso ou na Assembleia Legislativa não passa". O Congresso não aprova porque quem pode pagar o preço que nossas eleições cobram dos candidatos são na grande maioria os patrões que lá colocam seus representantes, os quais só aceitariam cortar o lucro dos patrões e defender os trabalhadores se fossem obrigados pela força dos próprios trabalhadores. Sei que não aprovarei esse projeto sozinha, no palanque do Congresso, por isso eu estarei nas portas das fábricas colocando meu mandato a serviço da organização da luta que vai obrigar o congresso a votar a redução da jornada e a estabilidade no emprego, pois essa força é capaz de tudo: a força que os metalúrgicos do ABC mostraram ao mundo na década de 80, que é a única força que pode arrancar essa conquista.

Candidatei-me para levar a diante uma proposta de solução para a questão do emprego doa a quem doer, num momento como esse temos que escolher um lado, e para mim, não tenho dúvida: o trabalhador não pode pagar por isso.

Meu candidato a presidente, Zé Maria, deixa bem claro qual é a lógica que predomina no governo. Foram 27 bilhões de incentivos do governo nos últimos 4 anos para as montadoras de veículo, elas enviaram para suas matrizes 30 bilhões em remessa de lucros, ou seja, sequer investem no país! Já o saldo dessa política do governo para os trabalhadores é de redução do emprego no setor. Por isso, Dilma agora e quem for ocupar o cargo de presidente deveria suspender imediatamente estas “ajudas” às montadoras e pensar em “ajudar” o trabalhador. Pois essas medidas não têm nenhum resultado prático que beneficie o trabalhador.  O governo Federal tem poder para proibir essas remessas de lucro e não faz porque não se preocupa com os pais de família que tem seus empregos ameaçados.