25 de abr. de 2014

Denúncia: Recebendo dinheiro do governo, montadoras começam a demitir no ABC!




Os trabalhadores da Volks foram surpreendidos no dia 17 de abril com demissões de trabalhadores que possuem estabilidade pelo acordo coletivo. São trabalhadores lesionados pelo trabalho, que conquistaram estabilidade até a aposentadoria garantida pela Convenção Coletiva da categoria. Como se não bastasse a empresa anunciou lay-off para cerca de mil trabalhadores. 

Em 2012 a Volks ameaçou os trabalhadores em 2012 de que uma condição para a vinda de novos investimentos era o fim do abono anual, novas terceirizações na fábrica e a demissão por meio de de um pacote todos os aposentados, mas dessa forma estariam assegurados os empregos aos demais e assim foi firmado um acordo. Ou seja, o atual lay-off e as demissões de lesionados quebram o acordo e legitimam a demissão dos estáveis por doença de trabalho, uma conquista histórica da categoria.

No ABC as demissões já são uma realidade, a Mercedes já anunciou, após lay-off, demissões de 2 mil trabalhadores. Peugeot Citroën também têm lay-off. A GM e FIAT anunciaram férias coletivas e PDV e a Scania terá férias coletivas. Os patrões justificam as medidas por conta da queda nas vendas este ano e estoques em alto nível. Quem paga são os trabalhadores.

Dilma proíba as demissões!
As empresas do setor automotivo vêm recebendo incentivos fiscais e empréstimos do BNDES há anos. Sabemos que essa renúncia fiscal causa um impacto na vida dos trabalhadores, sobrando menos dinheiro para saúde, educação, transporte e moradia. O pior é que as empresas recebem incentivos estatais no Brasil e mandam todo seu lucro para as matrizes na Alemanha e EUA. E as demissões mostram que nem mesmo para garantir os empregos essas medidas têm utilidade.
Como se não bastasse, estão em negociação entre Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Anfavea e Dilma/Mercadante ainda mais vantagens para as montadoras, inclusive um maior financiamento dos governos para o lay-off. Ou seja, nessa negociação pode estar sendo preparada uma mudança no padrão de demissões no país, com o governo favorecendo e financiando diretamente as demissões.
Por tudo isso, Dilma e PT devem parar imediatamente com a farra das montadoras e acabar com esses agrados que só beneficiam os patrões. Dilma deve proibir as demissões e garantir estabilidade a todos! O governo precisa reduzir a jornada de trabalho sem reduzir os salários, pois isso sim pode combater a demissão.
As empresas não querem baixar nada de seus lucros, pois competem entre si no mercado. Como suas vendas caíram um pouco tratam logo de atacar os trabalhadores para continuarem aumentando seus lucros. Os trabalhadores não podem pagar pela ganância dos patrões!

CUT e Sindicato avançam na parceria com as empresas
O Sindicato dos metalúrgicos do ABC (SMABC) e a CUT deram um salto na sua parceria com as empresas. Na Volks estão apoiando as demissões e reproduzem o discurso de que quem está sendo demitido entrega muito atestado médico e não rende no trabalho. Não fizeram sequer uma assembleia com todos os trabalhadores para consultar sobre o lay-off ou a demissão dos lesionados.
Alimentam ilusões de que os novos investimentos virão, sendo que os mesmos já estão atrasados, e não há sinal de quais seriam os novos produtos fabricados aqui. Chegaram a afirmar que “nos alemães [Volks] podemos confiar”. Com esse discurso não organizam um plano de lutas contra as demissões, nem unificam os trabalhadores das várias empresas que estão sofrendo com os mesmos ataques.
Sabemos que essa escalada de medidas leva a demissões em massa: primeiro vêm as férias coletivas, PDV, lay-off, e como aconteceu na Mercedes, chegam as demissões. Se não tivermos um plano de lutas que busque unificar a categoria, mobilizar os trabalhadores e buscar apoio da população não será possível evitar esse curso.

- Dilma proíba as demissões e acabe com a farra das montadoras! Nenhum financiamento do governo para as demissões!
- Redução da jornada de trabalho sem redução do salário, estabilidade para todos!
- CUT e SMABC, organizem com a CSP Conlutas e as demais centrais a luta dos trabalhadores!