Os trabalhadores da Volks foram
surpreendidos no dia 17 de abril com demissões de trabalhadores que possuem
estabilidade pelo acordo coletivo. São trabalhadores lesionados pelo trabalho,
que conquistaram estabilidade até a aposentadoria garantida pela Convenção
Coletiva da categoria. Como se não bastasse a empresa anunciou lay-off para cerca de mil trabalhadores.
Em 2012 a Volks ameaçou os trabalhadores em 2012 de que uma condição para a
vinda de novos investimentos era o fim do abono anual, novas terceirizações na
fábrica e a demissão por meio de de um pacote todos os aposentados, mas dessa
forma estariam assegurados os empregos aos demais e assim foi firmado um acordo.
Ou seja, o atual lay-off e as
demissões de lesionados quebram o acordo e legitimam a demissão dos estáveis
por doença de trabalho, uma conquista histórica da categoria.
No ABC as demissões já são uma
realidade, a Mercedes já anunciou, após lay-off,
demissões de 2 mil trabalhadores. Peugeot Citroën também têm lay-off. A GM e FIAT anunciaram férias
coletivas e PDV e a Scania terá férias coletivas. Os patrões justificam as
medidas por conta da queda nas vendas este ano e estoques em alto nível. Quem
paga são os trabalhadores.
Dilma proíba as demissões!
As empresas do setor automotivo vêm
recebendo incentivos fiscais e empréstimos do BNDES há anos. Sabemos que essa
renúncia fiscal causa um impacto na vida dos trabalhadores, sobrando menos
dinheiro para saúde, educação, transporte e moradia. O pior é que as empresas
recebem incentivos estatais no Brasil e mandam todo seu lucro para as matrizes
na Alemanha e EUA. E as demissões mostram que nem mesmo para garantir os
empregos essas medidas têm utilidade.
Como se não bastasse, estão em
negociação entre Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Anfavea e Dilma/Mercadante
ainda mais vantagens para as montadoras, inclusive um maior financiamento dos
governos para o lay-off. Ou seja,
nessa negociação pode estar sendo preparada uma mudança no padrão de demissões
no país, com o governo favorecendo e financiando diretamente as demissões.
Por tudo isso, Dilma e PT devem
parar imediatamente com a farra das montadoras e acabar com esses agrados que
só beneficiam os patrões. Dilma deve proibir as demissões e garantir
estabilidade a todos! O governo precisa reduzir a jornada de trabalho sem
reduzir os salários, pois isso sim pode combater a demissão.
As empresas não querem baixar
nada de seus lucros, pois competem entre si no mercado. Como suas vendas caíram
um pouco tratam logo de atacar os trabalhadores para continuarem aumentando
seus lucros. Os trabalhadores não podem pagar pela ganância dos patrões!
CUT e Sindicato avançam na parceria com as empresas
O Sindicato dos metalúrgicos do
ABC (SMABC) e a CUT deram um salto na sua parceria com as empresas. Na Volks estão
apoiando as demissões e reproduzem o discurso de que quem está sendo demitido
entrega muito atestado médico e não rende no trabalho. Não fizeram sequer uma
assembleia com todos os trabalhadores para consultar sobre o lay-off ou a demissão dos lesionados.
Alimentam ilusões de que os novos
investimentos virão, sendo que os mesmos já estão atrasados, e não há sinal de
quais seriam os novos produtos fabricados aqui. Chegaram a afirmar que “nos
alemães [Volks] podemos confiar”. Com esse discurso não organizam um plano de
lutas contra as demissões, nem unificam os trabalhadores das várias empresas
que estão sofrendo com os mesmos ataques.
Sabemos que essa escalada de medidas leva a demissões em
massa: primeiro vêm as férias coletivas, PDV, lay-off, e como aconteceu na Mercedes, chegam as demissões. Se não
tivermos um plano de lutas que busque unificar a categoria, mobilizar os
trabalhadores e buscar apoio da população não será possível evitar esse curso.
- Dilma proíba as
demissões e acabe com a farra das montadoras! Nenhum financiamento do governo
para as demissões!
- Redução da jornada
de trabalho sem redução do salário, estabilidade para todos!
- CUT e SMABC, organizem com a CSP Conlutas e as demais centrais a luta dos trabalhadores!