Ontem novamente os estudantes de
São Bernardo do Campo foram às ruas reivindicando o passe livre estudantil em
movimento organizado pela Assembleia Nacional dos Estudantes – Livre (ANEL) e o
movimento Reviravolta, que reúne estudantes secundaristas. Participaram da
manifestação estudantes da ETE Lauro Gomes, João Ramalho, Vladmir Herzog, Wallace
Simonsen e São Pedro que marcharam pelas principais avenidas da cidade, como
Pereira Barreto, Faria Lima e Jurubatuba e anda passaram pelo terminal
rodoviário.
A manifestação ocorreu para pressionar
o Secretário Municipal de Transportes, Oscar J. Gameiro Campos, que se reuniria
com os estudantes e vereadores a partir das 10h para discutir a implantação do
Passe Livre estudantil na cidade.
Durante a reunião o secretário
iniciou apontando a impossibilidade de implantar a tarifa zero em São Bernardo
porque o custo estimado seria de 250 milhões, o equivalente a 10% do orçamento
municipal. Os estudantes apontaram que defendem a tarifa zero para todos no
transporte público, mas inicialmente reivindicam a implantação do Passe Livre
para estudantes e desempregados, que sofrem mais com o peso da tarifa no seu
orçamento e que têm inúmeros direitos – com cultura, esporte, lazer e mesmo
saúde - negados pela dificuldade em usar o transporte público. Os estudantes
ainda apontaram que o Passe Livre estudantil custaria 1,5 milhões ao ano, quase
nada comparado aos 40 milhões repassados pela Prefeitura às empresas de ônibus
em subsídios.
Os vereadores, que na Câmara não
se dispuseram a defender o projeto apresentado pelos estudantes, declararam
apoiar a implantação do Passe Livre estudantil e, inclusive, estudar meios para
que a medida valha a partir do próximo ano. Como resultado, foi marcada nova
reunião para o dia 12 de novembro, envolvendo além do Secretário de
Transportes, a Secretaria de Finanças.
A abertura de negociações é uma
prova de que é possível avançar e conquistar mais direitos a partir da luta e
das manifestações de rua. Nesse caso, são os estudantes que estão ensinando e
mostrando o caminho. Mas não podemos ter ilusões, é importante fortalecer a
organização para garantir que o Passe Livre estudantil seja financiado com os
lucros das empresas, e não com dinheiro da saúde, educação ou outros serviços
públicos! Também temos que colocar na pauta um modelo de transporte público que
beneficie os trabalhadores, não os empresários do transporte, isso é, um
transporte público que não dê lucro a ninguém, mas que leve as pessoas aos
lugares onde elas precisam ir, e para isso o transporte precisa ser estatal e
controlado pelos trabalhadores e estudantes.
Passe livre para estudantes e
desempregados já!
Em defesa de um transporte
público estatal, gratuito e de qualidade!