No dia 2 de novembro de 2013 estiveram em São Bernardo os
companheiros Sara Al Suri e Abu Man como parte da campanha em solidariedade à
Revolução Síria desenvolvida pela CSP-Conlutas e a ANEL.
Sara Al Suri vem fazendo a segunda rodada de viagens pelo
país como parte da campanha, e Abu Man chegou recentemente ao Brasil, vindo das
zonas de batalha na Síria. Abu apresentou-nos um quadro dramático da revolução
Síria, no qual os revolucionários precisam lutar contra o
regime (que tem recursos próprios e recebe apoio material de países como a
Rússia) e contra as organizações religiosas como a Al Qaeda (que recebem apoio material de grupos religiosos) enquanto
a maior parte das organizações de esquerda no mundo ou apoia Assad, ou, de
forma criminosa, coloca-se em cima do muro, argumentando que, se não há um
partido socialista revolucionário dirigindo a revolução, então não existe uma
revolução.
Parte do processo revolucionário ainda envolve a construção
de um programa e um projeto para o país que possa unificar os trabalhadores, as
mulheres e os oprimidos, superando assim sua própria inexperiência política
pois, como Sara destacou, devido aos 45 anos de ditadura de Assad, o povo sírio
foi alijado de atuação política, e a experiência mais próxima de participação
política a que ela mesma teve acesso foram os relatos da adolescência de seu
avô.
No entanto, os Sara e Abu foram categóricos: com todas as
contradições há uma revolução em curso que deve precisa ser apoiada para que
possa se desenvolver. Por isso parte da política da campanha de solidariedade à
revolução Síria envolve a exigência de envio de armamentos aos rebeldes pelos
países imperialistas. Não se pode ter qualquer ilusão sobre o imperialismo e
seu projeto para a Síria, mas também não se pode ter ilusões sobre a
continuidade do processo na Síria sem armas para os revolucionários. A
exigência é de que o armamento seja feito incondicionalmente e apenas às
milícias rebeldes do Exército de Libertação Sírio e os Comitês de Coordenação
Local.
Ao final da atividade foram recolhidas contribuições entre
os presentes para enviar aos combatentes sírios. Durante a atividade foram
arrecadados cerca de R$350,00 que, segundo Sara e Abu são parte de um esforço
valioso de solidariedade da classe trabalhadora mundial.
Ivanci dos Santos, militante do PSTU e professor estadual em
Diadema avaliou que a atividade foi muito positiva por trazer uma discussão ao
mesmo tempo tão distante e tão importante para os trabalhadores do ABC. “Sinto
muito orgulho de construir um partido que apoia a Revolução Síria, esse é de
fato um divisor de águas nas esquerda mundial, pois entre partidos como o PT ou
o PCdo B que apoiam Assad por considera-lo mais progressista que o imperialismo
americano e outras organizações que não apoiam Assad, mas também não apoiam os
rebeldes, nós somos a única organização que, quando colocada à prova, não
hesita em prestar solidariedade aos revolucionários em qualquer lugar do mundo”
afirmou.