O
PSTU-ABC vem a público repudiar e denunciar a câmara dos vereadores de São
Bernardo do Campo por, em meio à maior greve dos servidores federais dos
últimos anos, homenagear a Ministra do Planejamento, Miriam Belchior, uma das
principais responsáveis pela política de arrocho salarial e precarização dos
serviços públicos que tem sido implementada pelo governo Dilma.
O fato
torna-se mais grave ainda pela posição apresentada pelo Ministério do
Planejamento de adiar sistematicamente as negociações com os grevistas ao mesmo
tempo em que ataca o direito de organização e greve ao determinar o corte de
ponto, autorizar a substituição de servidores grevistas por outros e, em sua
mais recente manobra antidemocrática, assinar um acordo com o PROIFES, um
“sindicato” pouco representativo (representa sete das 59 universidades
federais) e dessa forma encaminhar alterações na carreira e remuneração dos docentes
das universidades que foram rejeitadas em quase todas as assembléias da
categoria nas Universidades e Institutos Federais, em sua maioria representados
pelo ANDES-SN e Sinasefe.
Por isso
afirmamos que essa homenagem é a mais categórica prova de que o PT, partido do
vereador Toninho da Lanchonete que propôs a homenagem e da própria Ministra do
Planejamento, não governa para os trabalhadores, mas para os patrões, os
empresários e banqueiros, que é a quem interessa o arrocho salarial, a piora
das condições de trabalho e os ataques ao direito de greve e organização.
No
entanto, a responsabilidade sobre a homenagem não recai apenas sobre o PT, mas
sobre a própria câmara de vereadores em seu conjunto. Essa é apena mais uma das
medidas que mostram que de representante da população os vereadores não têm
nada. Pra começar, lembremos que os vereadores aprovaram em junho de 2011 o
aumento de mais de 60% em seus salários, passando de R$9.288,00 para absurdos
R$15.031,76. Depois teve a reforma da câmara que consumiu mais cerca de
R$30 milhões. Se todo o dinheiro e tempo despendidos pelos vereadores em
benefício próprio ou em homenagear quem ataca os trabalhadores, fosse utilizado
em benefício dos trabalhadores que constroem nossa cidade, poderíamos hoje ter
mais creches para as crianças, melhores escolas, equipamentos de saúde mais
adequados e um transporte público de muito mais qualidade e mais barato.