13 de out. de 2011

Moradia: mais uma promessa não cumprida

Mayara Conti, PSTU ABC

Nas campanhas eleitorais de 2008, era comum ouvir os candidatos à prefeitura do grande ABC se comprometendo com melhorias nas áreas sociais, como na questão da moradia.

O desafio colocado para a região – prometido pelos então candidatos e atuais prefeitos da região – era de aproximadamente 10.500 unidades até o fim do mandato (em 2012).

Acontece que estamos a praticamente um ano deste prazo, e até agora foram entregues somente 2.159, ou seja, aproximadamente 20% da meta estabelecida.

Na cidade de São Bernardo do Campo, o “governo da inclusão” de Luiz Marinho (PT) não entregou mais que 18%.

Em Diadema, o percentual não passa dos 16%, e vale lembrar que a própria meta que o governo estabeleceu é insuficiente, pois prevê apenas metade da demanda por moradias da cidade, segundo o Plano Local de Habitação e Interesse Social.

A desculpa é sempre a mesma: “estamos trabalhando para atingir a meta” ou “não há recurso suficiente”.

A contradição está no fato de que, durante os últimos quatro anos, as montadoras localizadas na região receberam milhões e milhões de reais em incentivos do governo (em forma de isenção de impostos) para “superarem a crise econômica” e como forma de “estímulo à competitividade” no mercado mundial.

A Volkswagem, por exemplo, anunciou record de lucro em 2010, quando superou em oito vezes a taxa de lucros do ano anterior!

Afinal, falta dinheiro realmente ou o problema está no destino das verbas públicas, que beneficiam somente empresários e banqueiros enquanto a população não tem onde morar?

Quem precisa de incentivos: a Volkswagem ou a população?